• Postado Por : Unknown sábado, 26 de novembro de 2011

    Quase 80% dos paraenses estarão endividados neste final de ano. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Federação do Comércio do Estado do Pará (Fecomércio), 78% da População Economicamente Ativa (PEA) paraense apresentava algum tipo de dívida no mês passado. Deste montante, 35% das contas estão atrasadas e 14% dos consumidores não terão condições de pagá-las.

    Em média, o paraense compromete 25% de sua renda com consumo e leva seis meses para quitar os débitos. Em alguns casos, no Pará, o cliente mantém as contas pendentes durante 60 dias. No mês de setembro, a média de endividamento da PEA do Pará era de 72%, ou seja, na virada do nono para o décimo mês do ano, a taxa de inadimplência registrou crescimento.

    Da população que ganha até dez salários mínimos, 79% estão endividados, sendo que 36% destes consumidores estão com faturas atrasadas, e 15% não terão condições de pagar suas dívidas. Já no caso dos que ganham mais de dez salários, os inadimplentes somam 71% dos quais 24% estão com algum tipo de pendência no pagamento, e 5% não têm como arcar com o débito.

    Em outubro, 19,3% dos paraenses disseram estar muito endividados e 32,9% alegaram nível médio de contas pendentes, além de um total de 26% dos consumidores que garantiu estar com poucas dívidas. Por outro lado, 21,9% da clientela revelou não possuir dívidas.

    O tempo médio de contas em atraso no Pará é de 64 dias, sendo que 47,7% da clientela estão com mais de 90 dias sem pagamento. Outra característica da população do Estado é o tempo de endividamento: em média, são seis meses de comprometimento com os débitos. A Peic também mostra que os argolados com as finanças comprometem cerca de 25% de sua renda com parcelas.

    O cartão de crédito é o maior vilão dos consumidores paraenses, já que 75% dos endividados utilizaram o chamado 'dinheiro de plástico' para contrair dívidas. Além disso, 15,4% da clientela do Estado encontram-se argolados devido às contas feitas no crediário próprio que algumas lojas oferecem. Já o empréstimo consignado é responsável pelo estrangulamento nas contas de 8,6% dos paraenses.


    Índice

    A Fecomércio também divulgou ontem a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) relativa ao mês de outubro. Entre os paraenses que estão empregados, 39,2% afirmam estar mais seguros nos locais onde atuam, do que no ano passado.

    Um total de 31% dos consumidores empregados declararam estar em igual situação, se comparado ao ano passado; e 13,6% avaliaram o atual cenário de forma negativa, também em comparação com igual período de 2010. Já 15,9% disseram estar desempregados. No campo da perspectiva profissional, 65% dos paraenses consideram positivo o atual momento, ao passo que 22% analisam o período com pessimismo.

    Para o servidor público Jean Carlos Pereira, de 31 anos, que vai se casar na próxima semana, o endividamento neste final de ano tornou-se inevitável. Com quase 80% da renda comprometida, por pelo menos mais seis meses após a cerimônia e a festa, Pereira afirma que a estratégia de cortes será imediatamente adotada por ele e pela futura esposa, que
    também está empregada.

    'As saídas para lanchar ou passear e outras formas onerosas de lazer continuarão suspensas até o segundo semestre do próximo ano. Enquanto isso, pretendo fazer alguns trabalhos externos, como manutenção de computadores e até pequenos reparos na área da construção civil, se for o caso. Neste momento, estou concentrado exclusivamente na nossa
    união', expõe Carlos.

    Fonte: O Liberal

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